Lâmpadas de cristal
e espelhos verdes.
No tablado sombrio,
a Parrala sustém
uma conversão
com a morte.
Chama-a,
não vem,
e volta a chamá-la.
Os homens
aspiram os soluços.
Nos espelhos verdes
longas caudas de seda
agitam-se.
F. Garcia Lorca
"Il faut excuser les solitaires; ce qu'ils écrivent ressemble aux lettres d'amour qui se sont trompées d'adresse." J. Rivette
31 de dezembro de 2013
23 de dezembro de 2013
Merry Xmas Llewyn Davis
He was a friend of mine, he was a friend of mine
Every time I think about him now, Lord I just can't keep from cryin'
'Cause he was a friend of mine
He died on the road, he died on the road
He never had enough money to pay his room or board
And he was a friend of mine
I stole away and cried, I stole away and cried
'Cause I never had too much money and I never been quite satisfied
And he was a friend of mine
He never done no wrong, he never done no wrong
A thousand miles from home, and he never harmed no one
And he was a friend of mine
He was a friend of mine, he was a friend of mine
Every time I hear his name, Lord I just can't keep from cryin'
'Cause he was a friend of mine.
Every time I think about him now, Lord I just can't keep from cryin'
'Cause he was a friend of mine
He died on the road, he died on the road
He never had enough money to pay his room or board
And he was a friend of mine
I stole away and cried, I stole away and cried
'Cause I never had too much money and I never been quite satisfied
And he was a friend of mine
He never done no wrong, he never done no wrong
A thousand miles from home, and he never harmed no one
And he was a friend of mine
He was a friend of mine, he was a friend of mine
Every time I hear his name, Lord I just can't keep from cryin'
'Cause he was a friend of mine.
12 de dezembro de 2013
Adèle, c'est moi
Os últimos passos da Adèle de Kechiche fazem com que ela não parta sozinha, nem nós quando o filme depois se fecha - iremos juntos com ela até a esse futuro que desconhecemos mas que sabemos ser inevitável para quem deseja viver, amar, fazer os seus lutos.
Essa Adèle que caminha connosco no fim do filme leva-me inconscientemente a uma outra que, com o passar dos dias, me faz voltar a um filme - a Adèle de Truffaut, Adèle H., sem apelido, por ser filha do homem mais famoso do mundo (Hugo), e por procurar, ardentemente, desesperadamente, o seu próprio amor, o concretizar da sua paixão que transportou da sua vida e do seu olhar para alguém que ela já amou. Um amour fou que se torna obsessão até cair na loucura, estado máximo da solidão e, também, desse amor que deseja conquistar tudo - viajar por um oceano, recusar todos os estados civis, recusar todos os nomes, e ser apenas essência, sem corpo, sem mente, apenas abstracção do sentido mais poderoso (e mortífero) de todos.
Essa Adèle vive também comigo e reencontro-a, sozinha, numa prateleira de uma loja dentro de muitos outros filmes. No meio desse cinema todo, Adèle partiu sozinha e terminou a sua vida sozinha, mas amou como ninguém (e como ninguém pode amar). Há uma parte de mim que conhece Adèle e que sabe, talvez (arrisco), aquilo que ela viveu. Outra parte sabe que essa vida fica no cinema, não se pode viver na realidade. Teorias, passados, e futuros de lado, olho para essa capa do filme, no meio de todas as outras que outras pessoas levam para as suas casas, para as casas de outros, vejo-a no seu rosto puro, absoluto, e que fala por todos os nomes, e penso, com todo o meu calor e a minha temperança - Adèle, c'est moi.
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